Sinto falta, tanta falta das minhas MÃES, digo MÃES porque tenho duas, a que me deu a luz e me criou com todo o amor e sacrifício do mundo, e a que não me deu a luz, mas nunca me deixou ver a escuridão nessa vida, minha avó materna. Quero ser breve porque o tamanho do meu amor não tem limite, e da minha disponibilidade para escrever também não, então prometi a mim mesma, em função da falta de tempo por causa do trabalho, que será uma breve homenagem.
Hoje pela manhã, como de costume me inspiro olhando a paisagem na janela e tomando minha primeira xícara de espresso. Comecei a pensar na minha linhagem, que família de mulheres fortes, lembrei das minhas mães e um filme de suas vidas passou na minha mente, minhas lágrimas caíram quando lembrei sobre os sacrifícios que minha mãe fez para criar 2 filhos sozinha. Recordei os inúmeros anos que ela acordava antes das 4 da manhã e saía de casa ainda de madrugada para conquistar o pão nosso de cada dia.

Eu e mamãe
Me lembrei de tantos almoços de Natal que não passamos juntos porque ela precisava trabalhar no comércio. Lembro na véspera do reveillon, ela correndo para não perder o metrô, e ainda dar tempo de abrir a champagne em casa, com a família. Uma vida pautada de forma digna, honesta e cheia de amor. Minha mãe sacrificou-se para nos dar o melhor, e nos deu.
Sobre minha avó faltam palavras, sobram emoções. Nada descreve a relação que tenho com ela, dizem as “más línguas” (rs), que eu sou sua cópia, ela brinca que é porque somos as duas capricornianas. Em uma fase da adolescência e início da idade adulta brigávamos muito, ela queria me controlar e eu sou indomável, queria me moldar às tradições portuguesas, e eu mandava às tradições às favas e tentava me encaixar na minha própria personalidade, da melhor maneira possível. Éramos 2 carneiros batendo os chifres e disputando quem era o mais forte. Ganhei meu espaço, conquistei meu mundo, e as brigas deram lugar à admiração e respeito.

3 gerações: Bibi Silvinha, eu e filhota Valentina
Minha avó tem toda minha devoção pela mulher inigualável que ela é, não vem ao caso sua vida difícil, suas perdas irreparáveis e os sofrimentos pelos quais ela já passou, entre todos o maior deles, de perder um filho na flor da idade, mas o que enalteço hoje, além de sua inegável força, é sua forma otimista de ver a vida. Nunca vi minha avó esmorecer, já a vi chorar inúmeras vezes, mas ela seca as lágrimas, com seu lencinho de pano que fica bolso do aventalzinho português, e segue sempre em frente.
Ela é uma das pessoas mais resilientes que já conheci na vida, uma mulher que nasceu para o trabalho mas que nunca deixou de cuidar, prover e amar sua família. Criou 2 filhos, ajudou a criar 6 netos, e ainda hoje se não estivesse com 90 anos tenho certeza que criaria alguns bisnetinhos também. Elas são meu SOL, minha LUZ, são meus exemplos de vida. Elas criaram um lar onde me sinto amada, onde a família que construi é acolhida, o lugar de onde sentimos muitas saudades. São a Vovó e Bibi amadas que não saem das conversas e canções da minha pequena Valentina (quando ela está com saudade da Bibi canta: “lá em cima está o tiro liro liro cá embaixo está o tiro liro ló”).
Essa dupla de MÃES me deu as 4 maiores heranças que se podem deixar para um filho nessa vida: lições de CARÁTER, HONESTIDADE, FORÇA e AMOR. Feliz DIA DAS MÃES nossos amores! Que a vida seja generosa e nos proporcione sempre lindos e felizes reencontros.
Feliz Dia das Mães para todas as mãezinhas nesse mundo que fazem jus à dadiva de receberem esse título!
Silvia