Estivemos no Brasil agora em março, a ideia era reencontrar os amigos, a família e entre outras coisas importantes colocar em ordem as caixas com nossos pertences pessoais que deixamos para trás quando mudamos para Londres. Foi uma viagem muito rápida, cheia de imprevistos e não conseguimos dar conta de arrumar tudo, mas algumas coisas especiais, que eu adorava, já tomaram um novo destino. Entre elas um acessório “cafeínado” que foi para a casa da minha super amiga Aline.
Confesso que há 1 ano e meio, quando atravessamos oceano, não foi fácil deixar nosso apartamento inteiro para trás, nem me refiro aos móveis, roupas… mas tem coisas que eu sinto muita falta, como meus livros, nossos acessórios de cafés, que enfeitavam boa parte da nossa cozinha, nossa coleção de bolas de neve e coisas que fomos ganhando e comprando ao longo dos anos e das nossas viagens… mas esse é assunto para outro post e no momento certo vamos falar sobre isso.
O fato é que não temos como trazer as coisas para Londres, tínhamos um tempo determinado pelo governo brasileiro para fazer a mudança e só agora soubemos que o tempo expirou, ou seja, poucas coisas ainda virão nas malas ou em algum pacote especial que vamos despachar, mas a ideia do container no navio com nossos quadros, álbuns, livros etc… não vai mais acontecer. Frustrei, chorei, mas em poucas horas me refiz para começar tudo de novo. O que ficou no Brasil estamos destinando: doamos, vendemos, emprestamos, ou vamos guardar. E o essencial da vida, que está além dos objetos, paredes e decoração, eu carrego comigo ao lado ou dentro do coração.
Então, voltando ao assunto das caixas que consegui abrir e destinar, um moedor de café foi para a casa da minha amiga. Compramos esse acessório em uma viagem de sonhos que fiz com o maridão. Esse moedor, embora estivesse mais para enfeite do que outra coisa, trazia a lembrança de um momento bem especial das nossas vidas. Então rolava um certo amor pelo moedor, sabe.
Voltamos do Brasil a semana passada e a querida Aline me mandou uma mensagem dizendo que já havia usado, que adorou porque ele moeu o café tipo como café da roça, delicioso para tomar com um pedacinho de bolo, e que ele já estava em um lugar especial junto com outros “amigos”, compondo o cantinho do café que ela montou em casa.
Fiquei tão feliz, mas tão feliz, porque um objeto, que deveria só ser um objeto, mas que tem uma representatividade emocional para nós, foi parar em um lugar onde as pessoas também são especiais, curtem cafés, e tem uma filosofia de vida parecida com a nossa. E olhem que cantinho mais lindo, com inúmeros tipos de cafeteiras e xícaras que ela montou em casa, muito charmoso.
Então o desejo é que cada objeto, móvel, roupa, louça, livro, ou qualquer coisa que um dia foi nossa, e que agora toma novos destinos, tragam para seus novos donos e suas famílias a mesma alegria que trouxe para a minha. Que as forças e energias que nos circundam possam sempre se renovar, levando e trazendo felicidade.
Desejamos saúde, vontade e forças para sempre recomeçar, além de CAFÉS, muitos CAFÉS, é claro.
Feliz vida nova, para todos nós!
Silvia Lourenço e família Girocoffee
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