Café e Chantilly – o original

28 Jun

O Castelo de Chantilly  fica numa cidadezinha ao Norte da França, que leva o mesmo nome do Palácio,  é considerado o ponto turístico mais importante da região e um dos castelos mais bonitos do país. Para quem já conhece  bem Paris e quer se aventurar pelas imediações,  Chantilly é visita quase obrigatória, já que fica a 25 minutos de carro da capital.

Além de sua beleza externa e interna, ele possui um acervo extraordinário de móveis, obras, livros e documentos. A coleção de pinturas do Chatêau – chamada de Museu Condé – o faz ser considerado o segundo museu francês de pinturas antigas,  atrás apenas do Louvre, além disso sua biblioteca conta com mais de 12 mil obras e documentos, colecionados durante séculos pelos nobres de Chantilly. 

Castelo de Chantilly (Imagem: Duga)

Castelo de Chantilly (Imagem: Duga)

Há alguns anos o Palácio ficou muito famoso no Brasil porque foi lá que o ex-jogador de futebol Ronaldinho e a apresentadora Cicarelli se casaram. Nosso amigo Julio, que mal se despediu da gente em Londres, já desembarcou para uma semaninha de trabalho em Chantilly (super chato o cenário né) e mandou para o Girocoffee fotos MARAVILHOSAS dos seus “humildes” cafézinhos no chatêau.

Segundo nosso amigo,  em todos os restaurantes do Castelo é possível degustar sobremesas e cafés especiais, sempre acompanhados do chantilly oficial. E eu que não sou boba nem nada, fiquei  morrendo de vontade de conhecer essa maravilha,  para “respirar, inspirar, introspectar” toda essa cultura,  e claro, degustar cafézinhos e comer o FAMOSO CHANTILLY de CHANTILLY, onde ele foi criado.

Sobremesa deslumbrante, café e CHANTILLY.

Sobremesa deslumbrante, café e CHANTILLY. Foto Julio Bertolini 

 

Detalhes da sobremesa do Castelo de Chantilly

Detalhes da sobremesa do Castelo de Chantilly. Foto: Julio Bertolini

Contam os  historiadores que  o DIVINO chantilly foi desenvolvido pelo chef François Vatel que criou um creme batido doce e perfumado para impressionar a corte francesa em um banquete. Vatel tem uma das histórias mais pitorescas da gastronomia mundial, ele era de uma família humilde e com 15 anos começou  aprender o ofício de confeiteiro.

Chegou à corte com 22 anos, admitido como auxiliar do cozinheiro de Nicolas Fouquet, superintendente do tesouro da França.  Com seu jeito talentoso, organizado e ambicioso Vatel tomou o lugar do chef de cozinha do Palácio e contam que seu maior objetivo era provar ao Rei Luís XIV, o Rei Sol,  que ele era o maior chef real da França.

Retrato de Vatel e seu filho

Retrato de Vatel e seu filho

Numa das primeiras tentativas, em 1661, Vatel criou o creme (que mais tarde se chamaria chantilly) para impressionar a corte em um banquete, mas o rei nem notou o quitute. O banquete também não trouxe sorte a Fouquet que foi preso logo depois sob a acusação de conspirar contra o governo.

Antes que a ira real também recaísse sobre Vatel (que foi levado para corte para servir Fouquet),  o cozinheiro se exilou na Inglaterra. Voltou para a França dois anos depois e foi trabalhar para o príncipe de Condé, no castelo de Chantilly. Lá, sim, seu creme doce caiu no gosto da realeza e ele batizou a iguaria com o nome do lugar.

Chantilly

As coisas correram bem para Vatel até o ano de 1671. Condé convidou o rei Luís XIV para um fim de semana de caçadas no castelo. O cozinheiro teve duas semanas para preparar a recepção.  No dia da chegada do rei, apareceram mais convidados que o esperado e Vatel notou que não teriam assados suficientes para todos.

Deu tudo certo naquele banquete mas estressado pelo erro de cálculo, Vatel passou a noite em claro esperando os peixes para o dia seguinte, que seria a Sexta-Feira Santa.  Ao perceber que a encomenda não seria suficiente pela quantidade que ele precisava, Vatel suicidou-se com um punhal.

Ilustração da morte de Vatel e seu retrato

Ilustração da morte de Vatel e seu retrato

A tragédia do chef de cozinha que morreu por falta de peixes rendeu um filme (Vatel – Um Banquete para o Rei)  em que Gérard Depardieu interpreta uma versão romanceada do cozinheiro. Outras versões da história não atribuem a criação do Chantilly a Vatel, e sim a confeiteiros italianos que  já batiam cremes e juntavam açúcar e aromas.

Eu prefiro a versão de Chantilly, assim temos uma desculpinha ótima para correr até a França. E você não vai querer se lambuzar  também? 

Imagem (Imagem: Theredlist)

Imagem Gérard Depardieu em “Vatel: Um banquete para o Rei” (Imagem: Theredlist)

Abraços “chantilizados” para todos e até a próxima!

Silvia

Fontes: Domaine de Chantilly, Revista Super Interessante, Wickipédia.

 

 

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