Durante alguns anos fui colaboradora de uma revista bem bacana chamada Dolce Morumbi. Há 2 anos as “meninas da Dolce”, como chamo carinhosamente as diretoras, sabendo da minha paixão por Paris me fizeram um convite para escrever uma matéria sobre a “Cidade Luz”. De lá para cá fizemos várias outras viagens, voltei a Paris mais uma vez, o Dani voltou algumas outras, conhecemos novos cafés, novas delícias, revivemos as mesmas paixões e descobrimos novas. Lembrei dessa matéria e decidi postá-la aqui no Giro Coffee. Dei uma editada para o blog, mas o olhar carinhoso e a paixão por Paris continuam os mesmos.
Uma Paris Especial
Quando recebi o convite para escrever essa matéria fiquei feliz e animada pela oportunidade de falar de uma das coisas que mais amo na vida: VIAJAR. Escrever sobre qualquer outro roteiro que eu tenha feito ou cidade que eu já tenha conhecido seria fácil, mas confesso que falar sobre os cantinhos preciosos de Paris me deu até um certo friozinho na barriga. Minha relação com essa cidade vai além de apreciar seus lindos pontos turísticos e sua magnifíca gastronomia, por diversos motivos tenho uma ligação intensa com ela.
Minha primeira visita à “Cidade Luz”, como é conhecida, foi aos 18 anos, numa viagem pela Europa. Em pouco mais de 2 meses percorremos 4 países e mais de 30 cidades, mas nenhuma sensação se comparou ao que senti quando desembarquei em Paris. De lá para cá voltei algumas vezes e em cada reencontro descubro algo surprendente, que vão de lugarzinhos inexplorados como lojinhas de moda em BelleVille, a até um chocolate quente muito especial em lugar que eu jamais poderia imaginar: uma pequena portinha no bairro de St. Michel.
Em 2006 fui passar o Natal e Reveillon na casa de tios queridos que moram na cidade, e no dia 30 de dezembro fui pedida em casamento pelo Dani na charmosa cafeteria do Château de Versalles, um palácio construído pelo rei Luís XIV, o ‘Rei Sol”, no século 17. Considerado um dos maiores do mundo Versalles possui 2.000 janelas, 700 quartos, 1250 lareiras e 700 hectares de parques. Só para terem uma idéia se fizermos uma comparação, o território dos Jardins de Versalles equivalem aproximadamente a 700 campos de futebol. Considerado um dos pontos turísticos mais visitados na França ele recebe em média 8 milhões de turistas por ano. Ficar noiva nesse lugar selou definitivamente minha relação com Paris (Versalles fica muito próximo da capital).
Em 2008 e 2009 eu e Dani desembarcamos novamente na Cidade Luz, dessa vez já casados. Pontos turísticos como a Torre Eiffel, o Arco do Triunfo, a Catedral Notre-Dame, o Museu do Louvre, O Museu D’Osay são visitas obrigatórias para quem vai a Paris pela primeira vez, como já conhecíamos esses lugares decidimos rever os que mais gostamos e buscar outros menos explorados.
Um dos pontos que sempre visitamos em Paris é Monmartre, um bairro boêmio cheio de pintores, ladeiras cheias de turistas e cafés maravilhosos. Na praça principal artistas disputam espaço para vender seus quadros, posters antigos da região, pinturas de vários estilos e até caricaturas que são feitas na hora. Em 2008 eu aproveitei a visitinha e comprei uma obra da pintora Marie Jolann, uma linda aquarela que ilustrava Paris. Carreguei o quadro por toda a viagem e por ironia do destino, perdi a aquarela no aeroporto de Guarulhos, quando desembarquei no Brasil. Tudo bem, ter que adquirir outra obra da artista seria uma ótima desculpa para voltar a Paris.
No topo da montanha de Monmartre, no ponto mais alto da cidade, encontra-se a Basílica de Sacré-Coeur, um templo dedicado ao Sagrado Coração que começou a ser construída em 1875 e foi finalizado em 1914. Um dos destaques dessa igreja é o mosaico no apse, chamado de Cristo em Majestade, que é um dos maiores do mundo. O topo da Basílica é aberto aos turistas e reserva uma vista espetacular da cidade de Paris. Sem dúvida é um dos lugares que eu mais aprecio.
Os cafés do bairro são uma história a parte, qualquer cafeteria em volta da praça vale a pena. No inverno elas são maravilhosas para nos abrigar do frio, e no verão não há nada mais incrível que contemplar um fim de tarde em uma das mesas que ficam ao redor da praça, do lado de fora dos cafés e restaurantes. Por lá eu sempre tomei os melhores capuccinos e cafézinhos da cidade. Montmartre é um bairro impressionantemente especial, onde viveu vários artistas e escritores famosos, entre eles um dos meus pintores favoritos: Van Gogh, mas isso já é capítulo para outra matéria.
Uma das coisas que não se pode deixar de comer em Paris são os tradicionais crepes, que são encontrados em todos os lugares, de restaurantes super chiques até as barraquinhas de rua. Na cidade os crepes salgados são comumente conhecidos como galletes, nome proveniente da Bretanha, local onde o crepe é uma especialidade regional. O recheio mais tradicional da galette é o de presunto e queijo, a famosa galette jambon/fromage, e vale lembrar que normalmente nas creperias eles perguntam se o cliente quer a galette complete , que leva um ovo semi-cru por cima. Para quem gosta dos crepes doces não pode deixar de experimentar o de Nutella, para mim o melhor de todos.
Eu também não visito Paris sem comprar pelo menos uma caixinha de macarron, um docinho com mais de 500 anos de história que nasceu em Veneza na Itália, mas fez fama na França, principalmente depois de ter sido eleito o doce preferido da rainha Maria Antonieta. Feito com claras de ovos, açúcar de confeiteiro e farinha de amêndoas são biscoitinhos saborosos e muito delicados. Crocantes por fora e extremamente macios por dentro podem ser encontrados em inúmeros sabores. Nós nos apaixonamos de tal forma pelos macarrons que em nosso casamento substituimos os tradicionais bem-casados por eles, foi um sucesso porque no Brasil nem todo mundo conhecia essas maravilhas.
Por lá, o biscoitinho pode ser apreciado em várias pâtisseries, mas não há nada mais deslumbrante do que as vitrines da boutique Ladurée, que podem ser encontradas na rue Royale, ou na própria Champs-Elysées. Esse “templo” do macarron com certeza é o mais conhecido e mais chique de Paris, aliás do mundo. Eu já cheguei a ficar meia hora na fila, na véspera de Natal, para adquirir uma maravilhosa e delicada caixinha. A Ladurée vende mais de 15 mil unidades de macarrons por dia só na cidade. Já estivemos em praticamente todas as lojas da Ladurée em Paris, e na última viagem jantamos no restaurante da Ladurée na Champs-Elyseés (adoramos a comida mas o atendimento foi bem ruim, coisas de Paris). A Ladurée também tem lojas em várias outras cidades como Londres, Mônaco, Bahrain, Tokio, Dubai entre outras.
Como para mim Paris é a cidade mais especial da Europa espero que minha narrativa não tenha sido permeada por muita emoção, e que eu tenha conseguido compartilhar as boas sensações que conhecer um lugar como esse pode nos proporcionar. Ainda voltaremos a falar muitas outras vezes da maravilhosa capital francesa. Espero encontrar vocês nas descobertas e aventuras de outras viagens, aliás, desejo encontrar vocês pelas ruas de Paris.
Bon Voyage!
Dicas de Paris
Artista Marie Jolan (Praça de Montmarte)
Site: http://www.amontmartre.com
Le Tambour
Excelente opção para se terminar o dia. Ótimas entradas, saladas, crepes e outros pratos. Rue 41, Montmartre (Metrô: Sentier ou Étienne Marcel.)
La Régalade de la Tour Eiffel – Fica na beira do Sena, quando sair da Torre Eiffel em direção ao Trocadero dê uma paradinha e experimente os melhores crepes de rua de Paris. O que eu mais gosto é o Nutella, não tem jeito.
Café de La Paix – Não existe nada melhor no mundo do que sentar em boa cia nas mesinhas do lado de fora, em frente à Ópera Garnier, só para tomar um café e jogar conversa fora. (Place de l´Opera com Blvd. des Capucines) Site: http://www.cafedelapaix.fr
Café Les Deux Magots – Esse é um daqueles famosos cafés literários frequentados por Sartre, Picasso, François Truffaut, Simone de Beauvoir…. Vale a visita só de saber que essa “turma” era assídua de lá. Super charmoso. (6, Place Saint Germain des Prés, ao lado da igreja) Site: www.lesdeuxmagots.fr
Alguns endereços que conhecemos da Ladurée:
16 rue Royale/ 75 av. Champs Elysées/ 21 rue Bonaparte/ Printemps do Boulevard Hassmann.
Bjos e até a próxima!
Silvia